Mitsuyo Maeda o Conde koma

Mitsuyo Maeda

Mitsuyo Maeda (前田光世, Maeda Mitsuyo?) (Hirosaki18 de novembro de 1878 — Belém do Pará28 de novembro de 1941)[1] foi um judoca japonês, naturalizado brasileiro como Otávio Maeda.[2] Ele também era conhecido como "Conde Koma", alcunha que ganhou na Espanha em 1908. Junto com Antônio Soishiro Satake, outro japonês naturalizado brasileiro, foi pioneiro do judô em países como Brasil e Reino Unido, entre outros.[1]Maeda foi fundamental para o desenvolvimento do jiu-jitsu brasileiro, pelo que ensinou à família Gracie.[3] Ele era também um promotor da emigração japonesa ao Brasil. Maeda ganhou mais de 2.000 lutas profissionais em sua carreira. Suas realizações levaram-no a ser chamado de "O homem mais forte que já viveu", e é referido como o pai do jiu-jitsu brasileiro.[4]
Mitsuyo Maeda
前田光世
Maeda nasceu no povoado de Funazawa, cidade de HirosakiAomori, em 18 de novembro de 1878. Frequentou a escola Kenritsu Itiu (atualmente Hirokou —uma escola de Hirosaki).[1] Quando criança, era conhecido como Hideyo.[5] Quando adolescente, praticou sumô, mas sentia que faltava o ideal para prosseguir nesse esporte. Por este motivo e devido ao interesse gerado pelas notícias sobre o sucesso do judô, principalmente em competições entre judô e jiu-jitsu no qual na maioria das vezes o judô ganhava, que estavam ocorrendo naquela época, ele então mudou para essa arte marcial. Em 1894, aos dezessete anos de idade, seus pais lhe enviaram a Tóquio para se matricular na Universidade de Waseda, onde começou a praticar o judô da Kodokan no ano seguinte.[1]
Ao chegar à Kodokan, Maeda, com 164 centímetros de altura e 64 kg, foi confundido com um garoto de entrega, devido a sua origem, tamanho e maneira como se comportava. Então, o fundador do judô, Jigoro Kano prontamente lhe enviou a Tsunejiro Tomita (4 º dan), que era o menor dos professores da Kodokan. Essa atitude foi uma medida tomada para mostrar que, no judô, o tamanho não era importante.[1]
sensei Tomita foi o primeiro judoca da Kodokan e era um amigo próximo de Jigoro Kano. Segundo a Koyassu Massao (9 º dan):
Embora um dos mais fracos da Kodokan, Tomita era capaz de derrotar o grande campeão de jiu-jitsu desse tempo, Hansuke Nakamura, do estilo tenjin shinyō-ryū.[1]
Juntamente com Soishiro Satake, Maeda foi um dos que encabeçaram a segunda geração da Kodokan, que substituiu a primeira até o início do século XX.[6] Satake, com 175 cm e 80 kg, era inigualável no sumô amador, mas admitiu que ele próprio não foi capaz de igualar Maeda no judô.[6] Satake, mais tarde, viajou à América do Sul com Maeda e se estabeleceram em ManausAmazonas, enquanto Maeda continuou viajando. Satake se tornaria o fundador, em 1914, da primeira academia historicamente registrada no Brasil. Ele e Maeda são considerados os pioneiros do judô no Brasil.[6]
Naquela época, havia poucos graduados na Kodokan. Maeda e Satake foram os primeiros professores graduados na Universidade de Waseda, ambos sandan (3º dan), juntamente com Matsuhiro Ritaro (nidan ou 2º dan) e seis outros shodans.(1º dan).[7] Kyuzo Mifune, matriculado na Kodokan em 1903, atraiu a atenção de Maeda, que comentou: "Você é forte e competente, portanto, certamente vai deixar a sua marca na Kodokan..." No entanto, Mifune teve aulas com Sakujiro Yokoyama. Mais tarde, Mifune disse a Maeda que suas palavras foram fundamentais e de grande incentivo para ele, e que ele tinha Maeda como objeto da maior admiração, embora Yokoyama fosse seu sensei (instrutor).[7]
De acordo com Mifune, em 1904, Maeda perdeu para Yoshitake Yoshio, depois de derrotar três adversários em sucessão, mas em uma sequência tsukinami shiai derrotou oito adversários em seguida e recebeu a categoria de 4º dan (yondan). Mifune, afirmou que Maeda foi um dos maiores promotores do judô, não através de ensinamentos, mas através de seus combates, muitos destes, com competidores de outras disciplinas.[7]Maeda tratava alunos experientes e inexperientes, da mesma forma, tratando-os como se fosse um combate real. Ele argumentou que esse comportamento era uma medida de respeito para com seus alunos, mas foi muitas vezes incompreendido e assustou muitos jovens, que o abandonavam em favor de outros professores.[6]



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